CNJ divulga relatório de performance dos tribunais do país no Mutirão Processual Penal 2024

Legenda

CNJ DIVULGA RELATÓRIO DE PERFORMANCE DOS TRIBUNAIS DO PAÍS NO MUTIRÃO PROCESSUAL PENAL 2024

Durante ação o TJPR analisou mais de 5 mil casos

Durante a edição do Mutirão Processual Penal 2024, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre os dias 1º e 30 de novembro, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) analisou 5.424 processos, os dados fazem parte do relatório individual da Corte Paranaense divulgado pelo CNJ no mês de março. O documento apresenta a performance dos tribunais de todo o país que participaram da ação.  

A edição teve como objetivo garantir o cumprimento da Lei de Execução Penal e das decisões judiciais seguidas pelos tribunais e juízes em casos semelhantes. Além disso, tratou de medidas do plano Pena Justa para a superação da situação inconstitucional nas prisões brasileiras. 

O mutirão abrangeu quatro frentes principais: a aplicação do indulto natalino de 2023, previsto no Decreto nº 11.846/2023, a revisão de processos com base no Recurso Extraordinário (RE) nº 635.659, relacionado ao artigo 28 da Lei de Drogas, o saneamento do Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) e a análise de prisões cautelares decretadas há mais de um ano. 

Dados analisados pelo TJPR 

Entre os processos revisados pelo TJPR, 426 estavam relacionados ao Decreto nº 11.846/2023, que concede indulto natalino a determinados grupos de apenados. Desse total, 45 indultos foram concedidos e 403 penas foram comutadas. Além disso, 32 pessoas (7,5%) tiveram alvarás de soltura expedidos. 

Com relação ao Recurso Extraordinário nº 635.659, o objetivo era que a falta grave fosse anulada ou convertida para faltas médias ou leves nos casos que se encaixassem nos critérios estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que alterou o limite de gramas do porte de maconha. Dos casos analisados, 2.111 foram identificados, mas apenas 39 foram encaminhados para análise. Em 95% desses casos, houve manutenção da falta grave. 

O saneamento do SEEU, sistema utilizado para gerenciamento de execuções penais, resultou na revisão de 4.086 processos. Desses, 2.945 estavam relacionados ao término de pena, com 43,4% dos casos sanados. Já os demais 1.141 processos tratavam de incidentes vencidos, com 71% dos casos solucionados. 

Por fim, foram analisadas as prisões cautelares, que revelaram 832 processos enquadrados nessa categoria, com 97% das decisões mantendo a prisão provisória e apenas 2,9% resultando na concessão de liberdade provisória com medidas cautelares. 

Mutirão no Paraná 

O servidor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF), do TJPR, Nelson Octavio Leitão Neto, responsável por coordenar o mutirão no Paraná, explicou que o TJPR analisou números menores comparados a outros tribunais, em razão da Corte paranaense estar adiantada em relação a essas métricas. Isso se deve ao uso do SEEU, no qual o estado foi pioneiro na utilização do sistema. 

Além disso, foi criada uma comissão de acompanhamento dos trabalhos do mutirão que reuniu instituições do Sistema de Justiça e Executivo, tais como a Defensoria Pública do Estado (DPE-PR), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), a Secretaria de Administração Penitenciária, os Conselhos da Comunidade e os Escritórios Sociais e outros serviços de atenção à pessoa egressa do sistema prisional. A parceria contribuiu para o bom andamento dos trabalhos do mutirão, que favoreceu a saída digna do cárcere, bem como possibilitou o encaminhamento às políticas públicas de saúde e assistência social quando necessário. 

O TJPR também recebeu um agradecimento do conselheiro do CNJ e supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), José Edivaldo Rocha Rotondano, pelo trabalho e dedicação na viabilização do mutirão, que garantiu os direitos fundamentais das pessoas privadas de liberdade. 

Resultados do Mutirão Processual Penal 2024  

A edição resultou na análise de 263 mil processos, sendo que em 130,2 mil houve algum tipo de movimentação ou saneamento. O principal tema do mutirão em volume de processos analisados, 143,7 mil casos, foi o cumprimento do Decreto n. 11.846/2023. 

Acesse aqui o relatório completo dos dados do TJPR

Acesse aqui o relatório final do CNJ.